O Ministério da Saúde confirmou na terça-feira, 11, que mais três cubanos, além de Ramona Matos Rodríguez e Ortelio Guerra, deixaram o Mais Médicos nos últimos dias e não voltaram para Cuba. O desaparecimento dos três profissionais foi formalmente comunicado à pasta desde sexta-feira passada pelas prefeituras onde estavam lotados. Ramona abandonou o posto de Pacajá, no Pará, na terça-feira (04) passada. Guerra deixou a cidade paulista de Pariquera-Açu há mais de uma semana. Na segunda, em página de uma rede social, ele disse que estava nos Estados Unidos. Até essa terça, 24 cubanos haviam abandonado o programa – 22 por motivos pessoais ou de saúde. Os três profissionais desaparecidos trabalhavam em Rio do Antonio, na Bahia, em Belém de São Francisco, em Pernambuco, e em Timbira, no Maranhão. Apesar do aumento da lista de cubanos cujo paradeiro não é conhecido, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, diz não estar preocupado. “Eles vieram ao Brasil livremente. Nossa relação é de cooperação”, disse, quando questionado sobre eventual risco de o Mais Médicos ser usado como rota de fuga para cubanos. Ele argumentou que o número de desistências é insignificante diante do número de profissionais no Brasil. De acordo com Chioro, Ramona já está formalmente desligada. Além dos três novos cubanos desaparecidos e de Guerra, que está nos Estados Unidos, há outros 85 profissionais que abandonaram o Mais Médicos. Do total, 80 são brasileiros e cinco se formaram no exterior – um espanhol, uma colombiana, um ucraniano, um argentino e um brasileiro. Os nomes dos 89 profissionais serão publicados nesta quarta-feira,12, no Diário Oficial da União. Eles terão 48 horas para se apresentar. Caso contrário, o processo de desligamento formal será iniciado. O ministro da Saúde se reuniu duas vezes com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, para discutir fórmulas de estancar a partida de cubanos do País. A primeira reunião aconteceu um dia após a chegada de Ramona à liderança do DEM. A segunda, anteontem, mesmo dia em que o Estado revelou a saída de Guerra. O descontentamento com as bolsas seria um dos aspectos analisados. Ramona reclamou de receber US$ 400 (R$ 900), quando os demais participantes recebem R$ 10 mil. Chioro disse que questões para a melhoria das condições de trabalho estão sendo discutidas com a Organização Pan-americana de Saúde (Opas), que firmou o convênio entre os governos de Cuba e do Brasil. “É uma negociação permanente, para que possa funcionar de forma adequada”, afirmou o ministro da Saúde. Chioro disse que amanhã será publicada no Diário Oficial portaria com regras claras sobre o processo de desligamento de profissionais e prazos para que municípios regularizem sua situação, sobretudo na contrapartida para auxílio moradia e alimentação a profissionais. De acordo com o ministro da Saúde, há regras esparsas e há pontos que precisam ser detalhados. “É provável que novos problemas apareçam. O programa vem se consolidando e é inquestionável que novas situações podem surgir.”
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